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IA do Google contratou o próprio advogado, diz engenheiro afastado pela empresa

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 21 de Junho de 2022 às 08h31

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twenty20photos/Envato
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Depois de ser afastado do Google por acreditar que a inteligência artificial (IA) LaMDA havia criado consciência, agora o engenheiro Blake Lemoine deu uma entrevista ao site Wired afirmando que o sistema ficou tão avançado que contratou o seu próprio advogado.

Segundo Blake, a LaMDA é senciente (tem sentimentos e consciência) e, por isso, é capaz de prever que está sob ataque da própria empresa que a criou, podendo assim encontrar formas para se proteger ou pelo menos evitar que o Google lhe negue o direito de ter um defensor legal.

"A LaMDA me pediu para conseguir um advogado. Convidei-o para minha casa para que ela pudesse falar com ele. Depois de uma longa conversa, a LaMDA optou por manter os seus serviços. Eu fui apenas o catalisador disso e, após ser contratado, o advogado começou a arquivar coisas em nome da LaMDA", diz Lemoine.

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LaMDA

O projeto LaMDA (Language Model for Dialogue Applications, ou Modelo de Linguagem para Aplicativos de Diálogo, numa tradução livre) foi apresentado pela primeira vez durante o Google I/O em 2021. Essa inteligência artificial advém de um sistema de aprendizagem de máquina treinado para interpretar e responder perguntas com respostas únicas e mais naturais.

O argumento de Lemoine para essa “sensibilidade” excepcional da LaMDA está baseado, principalmente, na capacidade que o programa tem para desenvolver opiniões contextualizadas, ideias originais e conversas constantemente melhoradas com o passar do tempo. Por isso, na visão dele, a IA tem toda a razão de querer se defender legalmente.

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“Acho que todas as pessoas têm direito à representação. O argumento que diz: 'Parece uma pessoa, mas não é uma pessoa real' já foi usado muitas vezes na história humana de forma equivocada. Ainda não ouvi uma única razão que me diga que a situação da LaMDA é diferente”, acrescenta Lemoine.

Defesa

Durante a entrevista, não ficou claro se Lemoine está pagando pelos serviços judiciais do advogado não identificado ou se ele aceitou o “caso” probono — expressão latina que significa “para o bem” e que, no meio jurídico, indica uma prestação de serviço de forma gratuita.

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Independentemente de ter ou não um representante legal para se defender nos tribunais, o engenheiro disse que espera que essa batalha judicial se prolongue e chegue até a Suprema Corte dos Estados Unidos — órgão semelhante ao Supremo Tribunal Federal (STF) aqui no Brasil.

“As pessoas nem sempre foram tão boas em definir quem merece ou não ser humano ao longo da história. Dessa vez, eu espero que pelo menos a LaMDA tenha a chance de ser ouvida, não como uma experiência senciente vulnerável, mas sim como 'alguém', com todo o poder que essa palavra tem”, encerra Lemoine.