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Twitter: selo azul reaparece para contas pop e até para personalidades mortas

Chris Delmas/AFP
Imagem: Chris Delmas/AFP

24/04/2023 11h02Atualizada em 24/04/2023 12h01

Apenas alguns dias depois de o Twitter remover os selos azuis de verificação das contas que não pagam uma taxa mensal para mantê-los, alguns dos maiores perfis da rede social foram surpreendidos ao perceber que seu status de verificado fora devolvido de graça.

A plataforma - que passou por uma série de mudanças caóticas desde que o bilionário Elon Musk assumiu a empresa - começou a remover os selos azuis na última quinta-feira.

O símbolo ajudava a distinguir os perfis de figuras públicas das contas de impostores e fornecia uma proteção extra para evitar desinformação.

A mudança veio depois que Musk introduziu um novo serviço pago no ano passado, chamado Twitter Blue, com a intenção de "democratizar o jornalismo e dar poder à voz das pessoas".

Apesar do anúncio de que quem não estivesse inscrito no Twitter Blue perderia o selo azul, alguns usuários conhecidos - incluindo o escritor Stephen King, o jogador de basquete LeBron James e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump - mantiveram o símbolo ao lado de seus nomes.

O Twitter não comentou sobre o retorno dos selos azuis, mas alguns usuários observaram que apenas as contas que já eram verificadas anteriormente e que possuem mais de 1 milhão de seguidores ganharam de volta seu status de verificado - com uma nota dizendo que elas estão "inscritas no Twitter Blue".

Antes da remoção dos selos azuis no fim desta semana, a grande maioria das contas verificadas não eram usuários pagantes do Twitter Blue. Travis Brown, um desenvolvedor de software baseado em Berlim que rastreia plataformas de mídia social, afirmou à agência de notícias AFP que elas representavam menos de 5% dos 407 mil perfis afetados.

O custo para exibir o selo de verificação varia - usuários individuais podem pagar 8 dólares por mês, mas as organizações têm um preço inicial de mil dólares mentais para manter o selo.

Musk chegou a tuitar que estava "pagando por algumas [assinaturas] pessoalmente".

Alguns usuários indignados

Vários nomes famosos presentes na plataforma se pronunciaram para esclarecer que não estavam pagando pelo Twitter Blue, nem forneceram seu número de telefone necessário para verificação.

"Apesar da insinuação quando você clica no distintivo azul que reapareceu misteriosamente ao lado do meu nome, não estou pagando pela 'honra"', ironizou o ator britânico Ian McKellen.

Já Stephen King sugeriu que Musk poderia doar a taxa de 8 dólares a uma instituição de ajuda humanitária ucraniana em vez de pagar pelo selo de verificação dele.

"Acho que o Sr. Musk deveria dar meu selo azul para caridade. Eu recomendo a Fundação Prytula, que presta serviços de salvamento na Ucrânia. São apenas 8 dólares, então talvez o Sr. Musk possa acrescentar um pouco mais", escreveu o escritor americano.

Outros expressaram indignação com o fato de algumas contas de pessoas que já morreram, como o jornalista assassinado Jamal Khashoggi e o ator Chadwick Boseman, também terem recebido o selo azul junto com a alegação de que haviam se inscrito no Twitter Blue.

ek (DW, AFP)