Clima
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Por Marco Britto, para Um Só Planeta

O PNUA, programa ambiental das Nações Unidas (ONU), divulgou nesta segunda-feira um novo estudo sobre as projeções de elevação de temperatura no planeta, e traz previsões sombrias: no ritmo atual, o mundo caminha para um aumento de quase 3°C na temperatura global até o fim do século. Para reverter esse quadro, nações devem abandonar combustíveis fósseis e investir na transição energética e na remoção de carbono, afirmam cientistas.

A publicação da pesquisa ocorre logo após a notícia de que o planeta pela primeira vez alcançou uma temperatura de 2°C acima dos níveis pré-industriais do século 19.

Segundo experts da ONU, são necessárias transformações drásticas na descarbonização global até 2030. A previsão é de que uma diminuição de 28% no nível de gases estufa na atmosfera apenas mantenha o mundo na trajetória de de um aumento de 2°C até 2100. Para cogitar manter a alta das temperaturas em 1,5°C, a queda deve ser de 42% até o fim da década, afirma o PNUA.

“A possibilidade de alcançar as metas de temperatura do Acordo de Paris depende do reforço significativo da mitigação nesta década para reduzir a lacuna de emissões”, afirma nota da ONU sobre os achados do estudo.

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“Não há nenhuma pessoa ou economia no planeta que não seja afetada pela mudança climática, por isso precisamos de parar de estabelecer recordes indesejados em termos de emissões de gases com efeito de estufa, temperaturas elevadas globais e condições meteorológicas extremas”, afirmou Inger Andersen, diretora executiva do PNUA. “Em vez disso, devemos [...] começar a estabelecer outros recordes: na redução das emissões, nas transições verdes e justas e no financiamento climático.”

Considerando os planos de netzero apresentados por países e companhias mundo afora, o estudo da ONU é cético, e classifica os planos até agora apresentados como “não críveis”.

Nenhum dos países do G20 está reduzindo emissões a um ritmo consistente com as suas metas de emissões líquidas zero. Mesmo no cenário mais otimista, a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C [até 2100] é de apenas 14%.
— Relatório do PNUA

Contudo, houve progresso desde a assinatura do Acordo de Paris, apontam os cientistas. Em 2015, o crescimento das emissões de gases-estufa 2030 era previsto em 16%, e hoje o aumento projetado é de 3%. Apesar deste recorte positivo, o conquistado é considerado pouco frente ao desafio da mudança climática e suas consequências, como eventos extremos de chuvas e secas.

“Sabemos que ainda é possível tornar realidade o limite de 1,5°C. Isso exige arrancar a raiz venenosa da crise climática: os combustíveis fósseis. E exige uma transição justa e equitativa para as energias renováveis”, afirmou António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

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