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15 livros escritos por mulheres para ler em 2022

Se você faz parte do grupo de pessoas que coloca como meta de resolução de Ano Novo “ler mais livros” e fica perdido com o grande volume de exemplares nas prateleiras, vai adorar essa lista que fizemos para pessoas que querem ler mais, mas não sabem por onde começar.

Este conteúdo não tem intenção de rankear os livros, é apenas uma lista em ordem aleatória. Se você leu algo que gostou muito e não encontrou aqui comenta pra gente incluir nas próximas!

Boa leitura!

Pachinko

Neste romance movido pelas batalhas enfrentadas por imigrantes, os salões de pachinko ― o jogo de caça-níqueis onipresente em todo o Japão ― são o ponto de convergência das preocupações centrais da história: identidade, pátria e pertencimento. Para a população coreana no Japão, discriminada e excluída — como Sunja e seus descendentes —, os salões são o principal meio de conseguir trabalho e tentar acumular algum dinheiro.

Uma grande história de amor escrito por Min Jin Lee, Pachinko é também um tributo aos sacrifícios, à ambição e à lealdade de milhares de estrangeiros desterrados. Das movimentadas ruas dos mercados aos corredores das mais prestigiadas universidades do Japão, passando pelos salões de aposta do submundo do crime, os personagens complexos e passionais deste livro sobrevivem e tentam prosperar, indiferentes ao grande arco da história.

O Parque das Irmãs Magníficas

Da autora argentina Camila Sosa Villada, um livro de amor e afeto: quando terminamos a última página, queremos que o mundo inteiro o leia também! Quando chegou à cidade de Córdoba para estudar na universidade, a autora argentina Camila Sosa Villada decidiu ir ao Parque Sarmiento durante a noite. Estava morta de medo, pensando que poderia se concretizar a qualquer momento o brutal veredito que havia escutado de seu pai: “Um dia vão bater nessa porta para me avisar que te encontraram morta, jogada numa vala”. Para ele, esse era o único destino possível para um rapaz que se vestia de mulher. Camila queria ver as famosas travestis do parque, e lá, diante daquelas mulheres e da difícil realidade a que são submetidas, foi imediatamente acolhida e sentiu, pela primeira vez em sua vida, que havia encontrado seu lugar de pertencimento no mundo. O romance O parque da irmãs magníficas é isso tudo: um rito de iniciação, um conto de fadas ou uma história de terror, o retrato de uma identidade de grupo, um manifesto explosivo, uma visita guiada à imaginação da autora. Nestas páginas convergem duas facetas da comunidade trans, facetas que fascinam e repelem sociedades no mundo inteiro: a fúria travesti e a festa que há em ser travesti.

A Metade Perdida

Novo livro de Brit Bennett explora questões familiares e preconceito em narrativa sobre gêmeas idênticas que se encontram em lados opostos de uma sociedade racista

Pequena Coreografia do Adeus

Em seu segundo livro, Aline Bei ― vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura com O peso do pássaro morto ― constrói um retrato tão sensível quanto brutal sobre família, amor e abandono.

As Coisas que Perdemos no Fogo

Uma das escritoras mais corajosas e surpreendentes do século XXI, Mariana Enriquez dá voz à geração nascida durante a ditadura militar na Argentina. Neste livro, ela cria um universo povoado por pessoas comuns e seres socialmente invisíveis, cujas existências sucumbem ao peso da culpa, da compaixão, da crueldade e da simples convivência. O resultado é uma obra ao mesmo tempo estranha e familiar, que questiona de forma penetrante e indelével o mundo em que vivemos.

Doze histórias sombrias e amedrontadoras que mostram o horror oculto no dia a dia.

Herdeiras do Mar

Em Herdeiras do mar, Mary Lynn Bracht lança mão de uma narrativa tocante e inesquecível para jogar luz sobre um doloroso capítulo da Segunda Guerra Mundial ainda ignorado por muitos. A história comovente e desconhecida das mulheres coreanas na Segunda Guerra Mundial ganha vida neste romance épico, profundo e sensível sobre duas irmãs e um amor capaz de atravessar gerações.

A Idiota

Neste romance escrito por Elif Batuman, finalista do prêmio Pulitzer, acompanhamos o amadurecimento de uma jovem universitária nos anos 1990 que se descobre como escritora enquanto vive as agruras e as delícias do primeiro amor.

Selin, filha de imigrantes turcos, começará seu primeiro semestre em Harvard. O ano é 1995 e a internet, uma novidade. Ela se inscreve em matérias de que nunca ouviu falar, faz amizade com a carismática e cosmopolita colega sérvia, Svetlana, e começa a se corresponder por e-mail com Ivan, um estudante de matemática húngaro, mais velho. Selin falou pouco com Ivan, mas a cada e-mail que trocam, o ato de escrever parece assumir significados novos e cada vez mais misteriosos.

Atos Humanos

Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade. Construindo um mosaico de vozes e pontos de vista daqueles que foram afetados, Atos humanos é a demonstração dos poderosos recursos literários de Han Kang, uma das autoras mais importantes da cena contemporânea.

Adeus Gana

Aclamado romance de Taiye Selasi – uma das maiores vozes da literatura contemporânea – Adeus, Gana é ao mesmo tempo o retrato de uma família marcada pela separação de seus caminhos e uma viagem pela importância que nossas origens têm na formação de nosso caráter Kweku Sai, renomado cirurgião formado nos Estados Unidos e autoexilado em Accra, capital de Gana, está morto. A notícia da morte de Kweku chega aos mais diversos cantos do mundo, aproximando os laços quase perdidos de uma família que ele abandonara anos atrás. Costurando com maestria uma narrativa entre diferentes tempos e lugares, Taiye Selasi fala de como certas verdades são capazes de curar as feridas mais escondidas, em um romance sobre o poder de transformação que há no amor incondicional.

Correntes

“Minha energia vem do movimento ― do chacoalhar dos ônibus, do barulho dos aviões, do balançar das balsas e dos trens”, escreve a narradora deste livro único, escrito por Olga Tokarczuk, que investiga as possibilidades do gênero romanesco para falar sobre o corpo, o mundo e as estratégias sempre insuficientes com as quais tentamos mapeá-los. Inquieto como ela, Correntes não para nem por um segundo: de ônibus, avião, trem e barco, o texto a acompanha em saltos de país em país, de tempos a tempos, de história a história, compondo um panorama do nomadismo moderno. E são os vestígios da nossa batalha com o tempo que a autora observa nos quatro cantos do mundo: das figuras de cera dos museus de anatomia aos meandros da internet, passando por mapas e planos de fuga. Correntes mobiliza e encena nossas grandes inquietudes, como a história de Kunicki, que, durante as férias, é obrigado a enfrentar o desaparecimento da esposa e do filho, assim como seu reaparecimento enigmático e enlouquecedor. Ou o da bióloga que retorna ao seu país para se reconectar com seu primeiro amor, agora nas últimas. Esta obra atesta, mais uma vez, a maestria da autora polonesa em criar personagens e situações que encantam, assustam e fazem pensar. O resultado é um livro irresistível e iluminador a cada página.

O Som do Rugido da Onça

Neste romance embebido de lirismo, Micheliny Verunschk joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX.

Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.
Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças ― batizadas aqui de Iñe-e e Juri ― arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.

Luxúria

Em seu romance de estreia, Raven Leilani explora o poder das relações de gênero, classe e raça por meio das angústias e descobertas da jovem Edie, que se vê imersa em uma complexa dinâmica familiar.

Cidadã de Segunda Classe

Na Nigéria dos anos 60, neste livro escrito por Buchi Emecheta, Adah precisa lutar contra todo tipo de opressão cultural que recai sobre as mulheres. Nesse cenário, a estratégia para conquistar uma vida mais independente para si e seus filhos é a imigração para Londres. O que ela não esperava era encontrar, em um país visto por muitos nigerianos como uma espécie de terra prometida, novos obstáculos tão desafiadores quanto os da terra natal. Além do racismo e da xenofobia que Adah até então não sabia existir, ela se depara com uma recepção nada acolhedora de seus próprios compatriotas, enfrenta a dominação do marido e a violência doméstica e aprende que, dos cidadãos de segunda classe, espera-se apenas submissão.

A vida invisível de Eurídice Gusmão

Rio de Janeiro, anos 1940. Guida Gusmão desaparece da casa dos pais sem deixar notícias, enquanto sua irmã Eurídice se torna uma dona de casa exemplar. Mas nenhuma das duas parece feliz em suas escolhas.
A trajetória das irmãs Gusmão em muito se assemelha com a de inúmeras mulheres nascidas no Rio de Janeiro no começo do século XX e criadas apenas para serem boas esposas. São as nossas mães, avós e bisavós, invisíveis em maior ou menor grau, que não puderam protagonizar a própria vida, mas que agora são as personagens principais do primeiro romance de Martha Batalha.

A Cachorra

Desde muito cedo, a vida de Damaris é marcada por tragédias e, apesar da companhia de Rogelio, carrega uma solidão que talvez tivesse sido aplacada pelo filho que nunca conseguiu ter. Cuidar da casa de veraneio há muito abandonada pela família Reyes ocupa seus dias, alivia sua consciência pelo que sente ter sido omissão sua no passado, mas nada disso lhe traz conforto.

Quando, num rompante, decide adotar a cachorra da ninhada de uma vizinha, Damaris tem a chance de desviar um pouco o foco das tentativas frustradas de engravidar. A fêmea que agora circula pela casa modesta faz aflorar instintos protetores e violentos, emoções díspares e profundas que supostamente só poderiam ser despertadas pela maternidade. A força e a intensidade dessa relação alteram tão drasticamente as dinâmicas de sua existência que Damaris já não sabe se a simples presença da cachorra fez sua vida ganhar ou perder, de uma vez por todas, o rumo.

Breve e magnético, escrito por Pilar Quintana, A cachorra se passa em um cenário de dualidades entre beleza e violência. Ambientado em uma bolha de tempo desacelerada, na qual os acontecimentos se desenrolam com a típica lentidão sazonal de uma cidade de veraneio, é um romance contundente sobre vidas marginalizadas em um contexto bastante familiar aos leitores latino-americanos.

A Casa 1 é uma organização localizada na região central da cidade de São Paulo e financiada coletivamente pela sociedade civil. Sua estrutura é orgânica e está em constante ampliação, sempre explorando as interseccionalidade do universo plural da diversidade. Contamos com três frentes principais: república de acolhida para jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) expulsos de casa, o Galpão Casa 1 que conta com atividades culturais e educativa e a Clínica Social Casa 1, que conta com atendimentos psicoterápicos, atendimentos médicos e terapias complementares, com foco na promoção de saúde mental, em especial da comunidade LGBT.

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