Finanças
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Por Rita Azevedo — De São Paulo


A diretoria da Americanas vendeu R$ 241,5 milhões em ações da companhia no segundo semestre de 2022. Ao longo do ano, diretores desfizeram-se de cerca de 14,4 milhões de papéis, segundo informações que aparecem em documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As operações foram concentradas nos meses de agosto a outubro, quando os papéis passaram a registrar valorização após a notícia sobre a troca da presidência por Sérgio Rial - que renunciou após nove dias no cargo.

O mês com o maior número de vendas foi setembro. Foram 35 operações, que movimentaram R$ 124,1 milhões. No ano completo, o valor obtido com os papéis chegou a R$ 255,3 milhões.

A informação sobre as vendas gerou especulações nas redes sociais sobre as intenções da antiga administração da companhia e se os diretores sabiam das “inconsistências contábeis” divulgadas pela varejista na semana passada.

Vendas desse tipo fazem parte da rotina de administradores de empresas que têm ações como parte de suas políticas de remuneração e de bonificação. Há, obviamente, algumas restrições. Não é permitido, por exemplo, realizar operações antes da divulgação de alguma informação relevante que possa interferir no valor dos papéis ou antes de resultados financeiros.

As empresas de capital aberto devem reportar ao mercado todas as ações feitas pelo alto escalão envolvendo ações. Por isso, mensalmente,as empresas enviam à CVM um documento relatando as movimentações dos papéis, além de fornecer informações como a data da operação.

No caso da Americanas, as vendas ganharam tração a partir do dia 22 de agosto. No dia 19 do mesmo mês, a varejista divulgou que trocaria de presidente a partir de 2023, com Rial assumindo o comando. A notícia agradou investidores. As ações, que acumulavam queda de 57% desde o início do ano, subiram 22,5% no pregão seguinte ao anúncio.

Os membros da diretoria aproveitaram o momento de valorização para vender os papéis. Não é possível saber quem realizou as vendas, já que só é necessário divulgar o grupo do qual a pessoa que fez a transação faz parte - como diretoria, conselho de administração ou conselho fiscal.

Independente da intenção da venda, o caso colocou novamente no foco do mercado a discussão sobre quão sustentáveis são as companhias que adotam sistemas de remuneração cuja maior parcela advém do alcance de metas agressivas atreladas ao preço das ações, diz Alexandre Di Miceli, fundador da consultoria Virtuous Company. Essa questão não é nova, mas, segundo ele, se torna necessária com o surgimento de novos casos de fraudes em companhias.

“É mais um caso em que os sistemas de remuneração são mais parte do problema do que da solução”, afirma Di Miceli. “Esses sistemas geram incentivos perversos para o atingimento de metas que acabam fomentando condutas antiéticas.”

Loja da Americanas — Foto: Divulgação
Loja da Americanas — Foto: Divulgação
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