COP
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Por Redação do Um Só Planeta

Neste domingo, quarto dia de discussões na COP28, esforços para aprimorar estruturas de saúde frente aos impactos da mudança climática foram trazidos à tona, com o anúncio de US$ 777 milhões (R$ 3,4 bilhões) para o combate a doenças tropicais como malária e diarreia, causadas respectivamente pela proliferação de mosquitos e por más condições de saneamento, que podem ser agravadas por falta d’água, entre outros fatores.

A verba foi levantada com a liderança dos Emirados Árabes e a Bill and Melinda Gates Foundation, com US$ 100 milhões cada (R$ 492 milhões), informa a agência Reuters. Bélgica, Alemanha e Estados Unidos também estão entre os financiadores.

Os fatores relacionados com o clima "tornaram-se uma das maiores ameaças à saúde humana no século 21", afirmou o presidente da COP28, Sultão Ahmed Al-Jaber, em comunicado.

Mais de 120 países assinaram uma declaração reconhecendo a responsabilidade em manter populações seguras no contexto do aquecimento global. A declaração não fez menção aos combustíveis fósseis, principal fonte de emissões que provocam eventos extremos gerados pela mudança climática.

Presidente da COP questiona ciência para defender petróleo

Em novembro, durante uma entrevista ao vivo na internet, o presidente da COP28, sultão Ahmed Al Jaber, afirmou que não há base científica que justifique encerrar o uso de combustíveis fósseis como maneira de manter o aquecimento global em 1,5°C. As declarações do executivo, que preside a companhia de petróleo dos Emirados Árabes, foram dadas em entrevista conduzida pela ativista e ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, e reveladas pelo jornal The Guardian neste domingo (3).

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Al Jaber conversou com Robinson em um evento da organização She Changes Climate. Ao ser questionado sobre sua posição na eliminação progressiva do uso de derivados do petróleo e do gás, Al Jaber afirma: “Aceitei vir a esta reunião para ter uma conversa sóbria e madura. Não estou de forma alguma aderindo a nenhuma discussão alarmista. Não há nenhuma ciência, ou nenhum cenário, que diga que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é o que vai [garantir que o aquecimento da Terra vá] atingir 1,5°C.”

Após a publicação da reportagem, um trabalho conjunto do jornal britânico e da organização Centre for Climate Reporting, cientistas e ativistas especializados na questão da mudança climática publicaram críticas às declarações do sultão, que preside a cúpula mais importante sobre o clima no mundo, mas resiste em apoiar abertamente a eliminação do uso de combustíveis fósseis. As críticas vão desde explicações sobre o peso dos combustíveis fósseis na mudança climática até pedidos para que Jaber renuncie à presidência da cúpula.

COP no Brasil não terá luxo de Dubai, diz Lula

O presidente Lula se despediu da COP28 neste domingo, mas antes, aproveitou a oportunidade para "alinhar expectativas" com a imprensa internacional e participantes da Cúpula do Clima das Nações Unidas. O estado do Pará ira sediar o evento em 2025.

"Alertei as pessoas para que ninguém fique imaginado que vai ser possível repetir uma COP como essa, com esse luxo, essa riqueza", comentou o presidente.

""Vamos fazer num estado amazônico que vai ser a grande novidade", disse Lula. "Se tem aqui [em Dubai] o palácio para fazer uma reunião, a gente pode fazer embaixo da copa de uma árvore e discutir assuntos numa canoa num igarapé. Essa vai ser a nossa COP", afirmou o presidente, de acordo com informações da Agência Estado. A cúpula nos Emirados Árabes segue até o próximo dia 12.

Eu já participei de COP no Egito, em Paris, em Copenhague. E o pessoal só fala da Amazônia. E eu dizia assim: por que, então, não fazer a COP em um Estado da Amazônia para vocês conhecerem o que é a Amazônia? Verem o que são os rios da Amazônia, as florestas da Amazônia, a fauna da Amazônia."
— Lula

Neste domingo foi anunciada uma parceria "COP-a-COP" entre Brasil e Emirados Árabes, para mobilizar recursos e apoio político para a edição brasileira da conferência em 2025.

Itália anuncia contribuição para fundo em prol da Amazônia

O governo italiano anunciou a adesão a um fundo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para financiar projetos sustentáveis na Amazônia. Segundo o país, um aporte de EU 5 milhões (R$ 27 milhões) será feito ao fundo de Bioeconomia e Manejo Florestal da Amazônia (AMZ). Em atividade desde 2021, o fundo busca apoiar as esferas pública e privada no planejamento e implementação de modelos de desenvolvimento sustentáveis que trabalhem, por exemplo, com a proteção da biodiversidade, do solo, o uso dos recursos florestais e agroecologia.

Mais recente Próxima Presidente da COP28 afirma em vídeo que não há ciência que apoie eliminar combustíveis fósseis
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