Nota Editorial: Os Diálogos Impossíveis do Sul
Esta é a primeira crônica de uma série que pretende fazer o que a história não permitiu: reunir mentes de épocas distintas para conversar sobre os problemas fundamentais do nosso tempo.
Por que Diálogos Impossíveis?
Porque Sêneca viveu no século I, Oscar Wilde no XIX, Espinosa no XVII e Vitalik Buterin é do século XXI. Porque separados por séculos, continentes e mortes, esses pensadores nunca poderiam estar juntos. E ainda assim, seus pensamentos convergem de formas surpreendentes quando colocados em diálogo genuíno.
Por que o Uruguai?
O Uruguai é escolha intencional. Não por acaso, mas porque oferece um espaço simbólico específico: é o território onde confluências são possíveis. Um país pequeno, refinado intelectualmente, historicamente refúgio de pensadores em exílio, geograficamente posicionado numa zona liminar onde o Atlântico faz coisas estranhas (como nascer e morrer no mesmo ponto, em La Paloma).
A praia, o farol, o rio da Prata, Montevidéu — cenários reais uruguaios se tornarão palco para esses encontros impossíveis.