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Ativa, altiva e ecológica

O compromisso ambiental marca a diplomacia do terceiro mandato de Lula, diz o ex-chanceler Celso Amorim

Lula no G20, ladeado por Mauro Vieira e Fernando Haddad – Imagem: Ricardo Stuckert/PR
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Livre das demandas burocráticas de um cargo executivo, o ex-chanceler Celso Amorim desempenha, no terceiro mandato de Lula, um papel ainda mais estratégico. O posto de assessor especial para Assuntos Internacionais lhe confere desenvoltura e liberdade particulares no picadeiro da geopolítica, dosadas pela longa experiência diplomática e independência de pensamento. ­Salvo em raros momentos, Amorim esteve ao lado do presidente nos principais eventos que marcaram o reencontro do Brasil com a comunidade internacional. E é um dos artífices da nova vertente da política externa “ativa e altiva”, a dimensão ambiental. “O País se reposicionou totalmente em matéria de clima e só isso é fundamental”, afirma. Neste balanço do primeiro ano de governo, Amorim não escapou de nenhuma pergunta, o que proporciona ao entrevistador – e ao leitor – um panorama de um mundo hostil e desafiador. Venezuela, Guiana, Javier Milei, guerra na Ucrânia, a reação desproporcional de Israel em Gaza, inteligência artificial, o avanço da extrema-direita, nada escapa à análise do diplomata. O planeta precisa de “mais tolerância, mais noção de equilíbrio”, conclui. A íntegra da entrevista pode ser assistida no canal do YouTube de CartaCapital.

CartaCapital: O senhor participou, como observador, de uma recente reunião entre os presidentes da Venezuela e da Guiana. Qual a sua impressão sobre os desdobramentos da disputa? Continua a existir o risco de um conflito bélico?
Celso Amorim: Não posso dizer que risco não exista, essas situações são complexas, mas saí da reunião otimista diante das possibilidades que pareciam não existir no sentido de se encontrar algum caminho para o diálogo. Mesmo antes do encontro, achava que, se fosse marcada uma nova reunião, já seria uma vitória, pois apontaria a continuação do diálogo. Saiu algo melhor, no fim das contas. Não só haverá outra rodada de conversas, aqui no Brasil, se nada de excepcional ocorrer até lá, como as partes aceitaram princípios básicos, entre eles o princípio da América Latina e Caribe como uma zona de paz e cooperação e, implícito nesse ponto, a renúncia ao uso da força. Foi positivo.

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