País

Há cada vez mais famílias portuguesas a pedir ajuda para comer

Em Portugal, há quase dois milhões de pessoas com menos de 551 euros por mês. O aumento do custo de vida e o preço da habitação estão a deixar mais portugueses em risco de pobreza e há cada vez mais famílias a passar fome.

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O aumento do custo de vida e o preço da habitação estão a deixar mais portugueses em risco de pobreza. O setor social não está a conseguir dar resposta a todos os pedidos e há instituições com mais de 100 pessoas em lista de espera.

A associação Asas de Ramalde entrega uma vez por mês 259 cabazes com mercearia, carne e peixe. Os pedidos de ajuda não param de aumentar e têm em lista de espera 120 famílias, o dobro do ano passado

“Não conseguimos dar resposta a todas as famílias que precisam”, conta à SIC Joana Falcão, diretora técnica da Asas de Ramalde.

Nesta IPSS do Porto quase 900 pessoas beneficiam do programa operacional de apoio às pessoas mais carenciadas. Há ainda 60 famílias, a maioria com crianças, que recebem cabazes do banco alimentar.

“Estamos no limite e não temos meios próprios. (...) Vamos além do acordo porque são situações gravíssimas de fome”, conta Joana Falcão.

No ano passado, 30% das famílias não tinham capacidade para pagar despesas inesperadas. O sufoco da inflação, o aumento das rendas e o desemprego estão a agravar a situação financeira das famílias.

Os apoios que deviam ser pontuais passam a permanentes e quem entra no ciclo de pobreza e beneficia dos cabazes alimentares dificilmente consegue sair e viver sem apoios.

“Têm permanecido connosco e não há critério para que saiam, porque a carência económica mantém-se”.

O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza acusa o Estado de não estar a assumir responsabilidades no combate a este problema. Portugal tem dos pobres mais pobres da UE: há 1,7 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza, ou seja, com menos de 551 euros por mês.

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