→ A onda de demissões no mercado de tecnologia deve continuar ao longo do ano. No ano passado, mais de 50.000 pessoas foram demitidas em todo o mundo - contando apenas Google, Microsoft, Amazon, Meta, Twitter e Netflix. Mas o que está por trás disso? Enquanto a justificativa padrão das empresas é o corte de custos pelo receio de uma recessão, especialistas têm questionado essa lógica.
Para o The Verge, nenhuma dessas empresas está nem mesmo próxima da falência, já que todas possuem dezenas de bilhões de dólares em reserva. A semelhança entre todas elas é a seguinte: a pressão dos investidores por mais produtividade.
Porém, especialistas do MIT e Stanford dizem que não existem evidências de que demitir funcionários aumente a produtividade. Algumas pesquisas apontam o contrário, já que os funcionários que ficam começam a ter queda no desempenho e aumento do estresse.
→ Além das demissões, uma das principais preocupações das pessoas entre 25 e 42 anos é: Será que um dia vou conseguir me aposentar? Com a crise previdenciária ao redor do mundo, a possibilidade de aposentadoria virou um problema mais sério do que antes. A Big Think falou sobre isso, e apontou que é provável que as pessoas se vejam obrigadas a se aposentar cada vez mais tarde - fenômeno que já está acontecendo.
→ Os mais novos estão entrando no mercado num momento de recessão econômica e foram os que mais sofreram com os efeitos da pandemia na educação.
E com as carreiras exigindo cada vez mais entendimento de tecnologia, esse conhecimento ainda circula mais nas classes A e B. Segundo a Gente Globo, enquanto 98% dos estudantes de escolas privadas têm total acesso às redes, no ensino público esse número cai para 78%.
→ Com todas essas pressões, a síndrome do esgotamento profissional, mais conhecida como burnout, virou uma característica cada vez mais presente nessa geração. No livro ‘Não aguento mais’, a escritora Anne Hellen diz que a falta de separação entre vida e trabalho é um dos principais fatores para o esgotamento mental, além do discurso de romantização do trabalho excessivo e a busca constante por maior produtividade. Falei um pouco aqui.
→ Dentre os que trabalham com criação para as redes [os famosos creators], 63% tiveram burnout no último ano, segundo pesquisa da ConverKit. Para quem trabalha com internet, a pressão para produzir mais e mais rápido é intensa, já que os algoritmos das redes sociais premiam novidades com frequência.
A YouPix aponta que para construir uma relação mais sustentável com o trabalho, os criadores de conteúdo precisam focar mais na construção de comunidades e menos na subordinação às vontades das plataformas. Veja mais aqui.
→ Não tem mais sentido falar em sustentabilidade da forma como aprendemos. “Cuidar do meio ambiente”, “Preservar recursos para o futuro”... Somente isso não dá conta de resolver as questões urgentes que vivemos. É preciso olhar para o agora e entender que é a nossa própria vida na terra que está em jogo. Quando cuidamos do que chamamos de “natureza”, estamos cuidando da gente.
E há cada vez mais indícios disso. Encontrei um bom exemplo no Nav, portal de conteúdo gratuito oferecido pela Dasa - a maior rede de saúde integrada do Brasil - em uma matéria que explica o motivo pelo qual a utilização do plástico é uma preocupação também com a nossa saúde.
→ Você sabia que pequenas partículas de plástico já foram detectadas no corpo humano?! Isso se dá em grande parte pelo fato microplásticos, presentes em roupas, materiais de higiene, limpeza e também por plásticos de todos os tamanhos, terem como destino o fundo do mar e serem ingeridos por espécies marinhas. Além de risco à vida dessas espécies, pessoas que se alimentam de frutos do mar estão ingerindo esses materiais por tabela – já está comprovado, veja aqui.
A matéria traz também algumas soluções, vale conferir. Além dessa, o portal oferece conteúdo sobre saúde, dividido nas editorias Corpo, Mente, Eco, Trend e Covid-19, para todas as pessoas interessadas no tema e o melhor, nunca fica apenas nos “problemas”, como também nos aponta caminhos. Acesse o NAV aqui.
#ConteudoPatrocinado
→ Por falar na influência dos algoritmos na nossa vida, o peso que eles tem nas escolhas de consumo das pessoas é cada vez mais forte, apesar de a compreensão sobre como acontece ainda ser bastante difusa. O vídeo da Inesplorato discute a questão do Consumo ‘Algoritmizado’.
→ Anúncios de produtos e serviços personalizados podem ser práticos, mas por outro lado, levantam o questionamento sobre o que deixamos de conhecer por estarmos condicionados às recomendações dos algoritmos. Além disso, expõem a discussão sobre consentimento e privacidade dos dados pessoais, como discutido aqui.
→ Um novo estudo da Consumoteca mostrou que a Geração Z, ou seja, pessoas nascidas entre 1995 e 2010, estão consumindo mais bens materiais do que os millennials. Veja a pesquisa.
→ Num cenário em que itens de consumo se tornam símbolos de conquistas pessoais, Isso nos faz pensar ainda o quanto somos influenciados a comprar coisas que não precisamos apenas porque vimos alguém que admiramos usando, e assim, caímos no consumo excessivo. O New York Times falou sobre o boom do consumo de produtos de beleza e skincare, seus impactos ambientais, e possíveis formas de equilibrar isso.
→ Consumir de forma mais consciente e empoderada não é tudo que precisamos fazer para salvar o futuro, mas é uma forma de começar. Para ajudar, listei alguns apps e sites que podem ajudar nessa missão.
→ Se interessa por sustentabilidade na prática diária? Participe do Concurso Na Revestir da Archtrends, que vai premiar profissionais e estudantes de arquitetura e design, com projetos de revestimentos que levem em conta a sustentabilidade e a autenticidade. Eu serei um dos jurados :) saiba mais aqui.
→ O relatório Meta Trends traz um compilado dos reports de tendências que são publicados anualmente pelas principais agências globais. A ideia do estudo é ajudar a entender quais tendências são relatadas com mais frequência e como elas refletem (ou não) as perspectivas do coletivo.
Para o escritor Matt Klein, muitos relatórios se tornam profecias autorrealizáveis, à medida que se tornam reproduções de si mesmos. Repetidamente, reportam-se tendências que já existem “e criamos um futuro centrado nessas tendências”. De fato, à medida que o mundo se torna mais turbulento, aumenta também a nossa tentativa de prevê-lo e controlá-lo.
Porém, Klein defende que para entender (e criar) o futuro, precisamos antes entender o momento atual. E para isso, é preciso ter uma metodologia consistente, que leve em consideração a diversidade de olhares, contribuições e reflexões, deixando de lado os preconceitos e o viés daquele futuro que preferimos enxergar. Faz sentido para você?
→ Um dos movimentos apontados é sobre a nossa relação com os jogos. Sabia que as mulheres representam mais da metade dos gamers brasileiros? E que o console mais usado para jogar é o… celular? Se as respostas sobre o público gamer já são surpreendentes, imagina quando você descobre que existem vários estereótipos sendo derrubados de dentro, por quem cria e quem consome os jogos.
Este é o tema da 1ª edição do Jaé: os jogos Queer e Decoloniais e todas as transformações que eles estão causando no mundo dos games. O report foi desenvolvido por especialistas em comunicação da agência Agência3, com a participação de olhares não óbvios de cientistas e insiders. Veja o material completo aqui.
→ Puxando o bonde da leitura, prepara o print nessa lista com mais indicações de livros para não deixar de ler em 2023:
Racismo Estrutural: Para entender como o racismo está infiltrado nas instituições e na nossa cultura. Sílvio de Almeida é advogado, filósofo e atual ministro dos Direitos Humanos no Brasil.
Futuro Ancestral: O novo livro de Ailton Krenak nos provoca a pensar um futuro que valorize o saber do que já está aqui, saindo dos cenários apocalípticos ou do futuro mágico onde os problemas do presente podem sempre ser resolvidos depois.
O Desejo dos Outros - Etnografia dos sonhos Yanomami: Hanna Limulja oferece uma porta de entrada ao mundo yanomami através dos seus sonhos. A antropóloga alerta para a importância do sonhar para a resistência indígena.
Em Busca de Mim: Na lista de mais vendidos ao redor do mundo, a autobiografia da atriz Viola Davis conta tudo o que viveu desde a infância até o estrelato.
O Sol é para Todos: Para quem gosta de clássicos, esse livro escrito nos anos 60 e vencedor do prêmio Pulitzer traz questões sobre raça e classe que são atuais até hoje.
Seja homem - A Masculinidade Desmascarada: O escritor JJ Bola expõe a masculinidade como uma performance, e discute a necessidade urgente de definir os papéis sociais dos homens.
Tudo sobre o amor: Na contramão da ideia de amor como fraqueza, bell hooks defende o amor enquanto uma ação capaz de transformar a busca por poder que dominam a cultura atual.
E se você ainda não leu meus dois livros mais recentes, aproveite com desconto clicando nos títulos: “Como salvar o futuro - ações para o presente” e o novíssimo “Como libertar o presente - cocriação de novas narrativas”.
→ Você já deve ter visto que os Yanomamis foram muito falados na última semana, não é? Mas o que está acontecendo? O Ministério da Saúde decretou emergência por conta da morte de crianças e adultos da etnia yanomami por desnutrição e malária, em Roraima.
A reserva de terra Yanomami é a maior do Brasil e possui cerca de 26 mil habitantes. Segundo o ISA, os principais problemas que simbolizam risco às terras e à população yanomami são as atividades de garimpo, pesca, caça e desmatamento ilegal.
De acordo com o MapBiomas, o garimpo nas terras yanomami cresceu 3350% entre os anos de 2016 e 2020. A presença da atividade está atrelada ainda ao aumento da violência letal contra indígenas, a maior incidência de doenças infecciosas como a malária, além da desmobilização dos serviços de saúde que deveriam atendê-los.
O SUS abriu um link para voluntários da área da saúde que desejam ajudar. Mas e para quem está de longe, é possível ajudar? A boa notícia é que sim. Organizações como a Ação da Cidadania e a CUFA estão arrecadando doações que podem vir de qualquer lugar.
Além disso, conhecer e apoiar o trabalho de instituições de defesa indígena é sempre uma forma de se envolver. Conheça algumas:
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Instituto Socioambiental (ISA)
Associação Kanindé
Instituto Iepé
→ Você também tem a sensação de que a pandemia acabou, mas deixou seus efeitos pelo caminho? Essa sensação de exaustão mental, ansiedade exacerbada, dificuldade de voltar a ressocializar, entre outros efeitos retroativos do período de isolamento, estão sendo chamados por especialistas de ‘ressaca da pandemia’.
Uma pesquisa feita pela Forbes Health mostrou que 59% dos entrevistados acham mais difícil se relacionar depois da pandemia, e 62% se sentem ansiosos com a ideia de socializar com estranhos. A principal preocupação das pessoas está em não saber como interagir ou o que falar e sentir vergonha de si mesmo.
Sem dúvida, a relação com as pessoas mudou. Para alguns, ter menos relacionamentos ajudou a criar mais intimidade e qualidade com os ‘poucos e bons’ amigos. Para outros, existe a sensação de que muitas amizades foram ‘estacionadas’: nem terminadas, nem mantidas. A Summer Hunter falou aqui sobre os círculos de amizades que crescem e diminuem e a importância deles na vida.