Essa é a segunda parte de uma série de listas de melhores do ano, a primeira você encontra aqui!
Sem mais delongas, bora para mais!
OGOIN & LINGUINI: TV SHOW
Lançado (e escutado) nos últimos 45 minutos de 2023, Ogoin & linguini: tv show é provavelmente o álbum mais criativo dos últimos tempos.
Apostando em toda a estética pop anos 80 (esse negócio que drum machine tipo linndrum faz pra simular efeitinho de caixa alta com reverb e esses simuladores de timbres anos 80 de baixo que eu adoro), Ogoin e Linguini criam uma narrativa de sonhos a partir de uma espécie de série de tv, com direito a intervalos comerciais, música de abertura, créditos… É uma espécie de revolução e desafio a quaisquer limites de música, cinema e mídia (the weeknd, jon baptiste e até o fbc com o disco Baile fizeram o que a gente pode entender como protótipo para essa ideia aqui).
Favoritas: piloto (dessa vez), drinks infames, ponteiro (tic tac), sideral, brisa nova, pt.1 e 2
MAHMUNDI - AMOR FATI
Eu nunca encontrei alguém tão apaixonada pela ideia de traduzir o que deseja para o som quanto Marcela Vale ou Mahmundi. Um dia desses ouvi um episódio de podcast em que ela fala sobre os bastidores para produção de Amor Fati e fiquei encantada. Aqui a gente tem um álbum mais “seco” sonoramente, menos envolvido em camadas de synths, mais cru, mais minimalista e isso também tem a ver com a temática lírica do álbum que é falar sobre as várias fases do amor e as reações a isso.
Favoritas: Fugitivos, noites tropicais, sem necessidade
HEAVEN - CLEO SOL
Cleo Sol nos abençoou com dois discos: Heaven e Gold, mas é Heaven que pegou meu coração e fez o que quis com ele.
Foi a partir desse registro com nuances, linhas de baixo deliciosas e camadas vocais delicadas do melhor do r&b que eu acabei criando uma playlist com músicas “suculentas”.
Esquece, isso aqui é gostoso demais!
Favoritas: Go baby, old friends, golden child
RED MOON IN VENUS - KALI UCHIS
Essa capa maravilhosa, essa sequência perfeita de músicas que passam a ideia sonora de elegância, luxo e sensualidade… Tudo nesse álbum, que na primeira ouvida eu odiei, mas depois viciei, é incrível.
Aqui Kali Uchis aposta em uma sonoridade mais clássica de r&b sem ir para a megalomania de r&b progressivo e elementos de psicodelia que fizeram sua marca, mesmo assim trouxe um dos melhores registros do ano para mim.
Favoritas: i wish you roses, worth the wait, moonlight
STEREO MIND - DAUGHTER
Como uma boa sad girl, não poderia deixar de lado esse lançamento que foi um dos mais lindos do ano e mais escutados na primeira metade do ano.
Não é o melhor álbum da discografia de Daughter, mas dificilmente eles fazem algo ruim, então ainda é uma das sequências de músicas mais bonitas de 2023 apostando na sonoridade usual deles (indie pop, indie rock) mas dessa vez com alguns elementos pop de sintetizadores.
Favoritas: Party, Dandelion, Future lover, To rage
DID YOU KNOW THAT THERE’S A TUNNEL UNDER OCEAN BLVD - LANA DEL REY
Um álbum que não é tão pop quanto alguns dos registros de Lana, mas que têm nisso seu ponto mais forte, por ser intencional. Aqui nós temos uma compositora no seu mais alto nível se autorreferenciando o tempo inteiro como uma maneira de desconstruir o mito de si mesma e todos os personagens ao redor de seu universo lírico. Sonoramente há mais piano, orquestração e performance vocal do que beats e synths e essa foi a minha dificuldade no começo (porque odiei), mas depois fui gostando muito.
Favoritas: A&W, Did you know that there’s a tunnel under the ocean blvd, Kintsugi, Margareth, Grandfather please stand on the shoulders of my father while he’s deep-sea fishing
+(KR)YSTAL EYES <AESTHETIC> - TRIPLES
TripleS é um gilrgroup de kpop que sabe muito bem o que está fazendo. Elas não têm o povo, elas não têm o apelo internacional, elas não têm os charts, mas elas têm a mim!
O que mais gosto nas TripleS é que elas fazem um tipo de música muito específica (o que parece muito com a nova leva de sonoridade de gilrgroups como Le Sserafim, New Jeans, Fifty Fifty), que é essa exploração das sonoridades de música eletrônica, pop e dance e até hip hop alternativo com o componente dreammy que eu amo em girlgroups como Oh My Girl, Loona, Red Velvet e afins. Enfim, elas são o momento!
Favoritas: Cherry 100%, Cherry Top, Dimension
VÍCIO INERENTE - MARINA SENA
Odiado e amado por muita gente, esse aqui dividiu opiniões. Sim, é muito óbvio que Marina Sena não conseguiu superar (e não sei se um dia irá conseguir) o De Primeira (2021), mas eu estarei nas trincheiras para defender o Vício Inerente como uma boa tentativa de Sena em trazer essa estética e sonoridade futurista para um pop em busca da anittalização, uma coisa meio farofão. Ainda é classudo, ainda é elegante, mesmo com toda a energia subcelebridade que a Marina Sena anda tendo ultimamente.
Favoritas: Dano Sarrada, Olho no gato, Tudo pra amar você, Partiu Capoeira
THAT! FEELS GOOD! - JESSIE WARE
Se a palavra “luxo” fosse traduzida em som seria o álbum “That! Feels good!” de Jessie Ware. Sendo coerente com a mesma sonoridade que fez do seu álbum antecessor (What’s your pleasure?) um sucesso, o novo disco é puro glitter com deliciosas linhas de baixo, groove e muito disco music. Como falei anteriormente, este ano foi um ano solar para mim, então este álbum significou a noção perfeita do que eu considero uma festa.
Favoritas: That! Feels good!, Free yourself, Pearls, Hello people
ARREPIADA - JÚLIA MESTRE
Como falei no meu twitter, queimei muito minha língua por ter reduzido a Júlia Mestre ao meme da Bala Desejo, banda que ela integra, pois no seu primeiro registro da moça a gente tem o melhor do que consideram nova MPB. Uma sequência de canções que evocam o passado e conversam com o presente e, de cara, percebemos as influências de Mestre e sua tentativa de homenagear o Brasil. Não é lá tão desafiador e revolucionário, mas muito gostosinho e divertido.
Favoritas: Arrepiada, Forró da solidão, De toda mãe, Sonhos e ilusões.